“Como começar a entender o funcionamento de um órgão que tem uns 50 bilhões de neurônios com um quatrilhão de sinapses (conexões), e com capacidade de operação de talvez 10 quatrilhões de vezes por segundo?”, perguntou o Dr. Richard M. Restak. Sua resposta? “O desempenho até mesmo do mais avançado computador de rede neural . . . tem cerca de um décimo de milésimo da capacidade mental de uma mosca.” Imagine, então, a distância que separa o computador do cérebro humano, tão fantasticamente superior!
Na
sociedade da informação, em que a tecnologia assume um papel tão predominante,
é comum fazer a comparação entre a “máquina pensante” e o cérebro humano. Na
comparação, o cérebro corresponderia ao hardware, o equipamento físico que nos
permite processar os sinais externos e transformá-los em ações e pensamentos.
Segundo
Morin (2001, p. 97-101), o computador foi comparado à mente/ cérebro humano,
revelando suas diferenças e analogias.
O
computador e o cérebro são duas máquinas, mas uma é produzida, fabricada, organizada
pela mente humana, saída de uma máquina cerebral inerente a um ser dotado de
sensibilidade, de afetividade e de autoconsciência. Nenhum espírito emerge do
computador, mesmo numa cultura, já o cérebro tem a capacidade, pela mente, de
reconhecer-se como máquina e mesmo de saber que é mais do que uma máquina.
Não
faltam neurocientistas que acreditam que deveríamos nos inspirar ao modelo
original – o cérebro humano – em vez de tentar fazer com que uma máquina simule
suas funções. Afinal, a própria evolução, seleção natural já fizeram com que a
máquina perfeita fosse desenvolvida.
Ao
longo da história, o debate sobre esta temática ou não de recriar o cérebro
humano, sempre foi alvo de interesse e curiosidade. Tornou-se viável a imaginável possibilidade o fato do constante avanço
tecnológico que testemunha-se atualmente , ficando difícil não imaginar que um
dia ainda será possível construir um cérebro artificial.
Mas
isso não significa recriar o cérebro fisicamente, tal qual o que temos dentro
do crânio, mas sim suas principais propriedades em um suporte alternativo, como
um sistema de computador. Ou seja, os neurocientistas não pretendem simular o
funcionamento do cérebro humano, mas sim reproduzi-lo digitalmente.
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